31 dezembro 2006

Moralismo ianque

Tenho vários rascunhos sobre como estou ficando velho. talvez por estar ficando velho, ainda não deixaram de ser rascunhos. Será que um dos sintomas de ficar velho é ficar meio moralista? Acho que não, provavelmente sem rep tive algo de moralista. Sei lá.

Neste artigo do New York Times, a colunista fica horrorizada ao testemunhar um show de talentos em uma escola chique em Long Island. As meninas são da sexta ou sétima série, e fazem coreografias iguaizinhas às de Janet Jackson em seus videoclips. Rebolando, rasteando no chão, cantando ou sussurando "não pare, não pare, estou tão estimulada, me sinto tão pornô”.

Que beleza. Sou um véio coroca mesmo. Pelo menos os ianques ainda questionam isso. Por aqui, as Tatis e Sheilas rolam soltas. Vamos lá:

(...)
The scene is a middle school auditorium, where girls in teams of three or four are bopping to pop songs at a student talent show. Not bopping, actually, but doing elaborately choreographed re-creations of music videos, in tiny skirts or tight shorts, with bare bellies, rouged cheeks and glittery eyes.

They writhe and strut, shake their bottoms, splay their legs, thrust their chests out and in and out again. Some straddle empty chairs, like lap dancers without laps. They don’t smile much. Their faces are locked from grim exertion, from all that leaping up and lying down without poles to hold onto. “Don’t stop don’t stop,” sings Janet Jackson, all whispery. “Jerk it like you’re making it choke. ...Ohh. I’m so stimulated. Feel so X-rated.” The girls spend a lot of time lying on the floor. They are in the sixth, seventh and eighth grades. (...)

My parental brain rebels. Suburban parents dote on and hover over their children, micromanaging their appointments and shielding them in helmets, kneepads and thick layers of S.U.V. steel. But they allow the culture of boy-toy sexuality to bore unchecked into their little ones’ ears and eyeballs, displacing their nimble and growing brains and impoverishing the sense of wider possibilities in life.

There is no reason adulthood should be a low plateau we all clamber onto around age 10. And it’s a cramped vision of girlhood that enshrines sexual allure as the best or only form of power and esteem. It’s as if there were now Three Ages of Woman: first Mary-Kate, then Britney, then Courtney. Boys don’t seem to have such constricted horizons. They wouldn’t stand for it — much less waggle their butts and roll around for applause on the floor of a school auditorium.

28 dezembro 2006

Se você não come a carne, como pode querer pudim?

Achei engraçadíssima a decepção do Uriel ao saber do que falavam aqueles caras que ficam esbravejando ao final de "Another Brick in the Wall pt.II".

"If you don´t eat meat, how can you have any pudding? How can you have any pudding?".

Tem tudo a ver com os pesadelos pueris mostrados no lado 1 do duplo bolachão. Por outro lado, achei espetacular a transcrição daquela fala durante o som do helicóptero, momentos antes de entrarem os primeiros acordes de "Happiest Days of Our Lives". Com um sotaque grotescamente cockney-britânico-autoritário-língua-presa:

"HEY, YOU! YES, YOU! STAND STILL, LADDIE!"

O bacana é que o sotaque é tão absurdo que mesmo ouvindo o trecho dezessete vezes, é difícil acreditar que o cara falou "laddie" mesmo.

19 dezembro 2006

Veja que beleza


Que beleza, a Veja vai de vento em popa. Mesmo com o molusco enfiando dinheiro às pampas na impressa que sonha com URSS e Cuba (Carta Capital, Caros Amigos, Istoé, Bandnews e outras). Eu confesso que temia um certo esvaziamento pós-eleitoral, porque a revista foi realmente muito corajosa, assumindo atitudes e correndo riscos.

Da Carta ao Leitor, Veja, 20/12/2006:

"VEJA se orgulha de chegar às últimas semanas de 2006 com base recorde de anunciantes. Muito nos honra termos sido escolhidos por essas empresas, integrantes do grupo de elite da economia brasileira e por suas agências de propaganda. A participação dos anunciantes em VEJA nos permite existir sem a preocupação de agradar ou de obter favores de quem quer que seja. São os anunciantes que nos dão as condições materiais de, a cada número, renovar nosso compromisso exclusivo com os leitores.

Com uma circulação de 1,2 milhão de exemplares, VEJA é lida por cerca de 8 milhões de pessoas em todo o Brasil. No decorrer de 2006, aumentou ainda mais sua participação relativa no mercado de revistas semanais de informação. O número de brasileiros que lêem VEJA atualmente é quase o dobro da soma dos leitores das concorrentes. Para nossa satisfação, a revista está conseguindo transferir para sua iniciativa na internet, www.veja.com.br, o mesmo espírito que há 38 anos faz o sucesso de sua operação impressa.

Em 2006, VEJA on-line teve um ano auspicioso. Aumentou 143% o número de unique visitors, unidade de audiência que mede a quantidade de pessoas que entram em um site mais de uma vez em determinado período de tempo."

17 dezembro 2006

A pérfida mídia, sempre contra os interesses do povo...


Trecho saboroso do Mainardi desta semana:

"Passei o ano tentando derrotar o Lula. Fracassei. Eu e mais quatro ou cinco panfleteiros da grande imprensa. Primeiro espalhamos que os petistas roubavam. Ninguém acreditou em nossa mentira. Depois lançamos a candidatura de Geraldo Alckmin, em vez de José Serra, embora o segundo aparecesse nas pesquisas com o dobro dos votos do primeiro. Quem eles pensam que a gente é? Eles pensam que a gente acredita em pesquisas compradas? Engabelar os ricos é moleza. É o que demonstra a história da humanidade. Muito mais difícil é engabelar os pobres. Forjamos reportagens e mais reportagens. O eleitorado rico logo se rendeu a nós. O eleitorado pobre, dotado de maior discernimento, aquele mesmo discernimento que sempre o levou a fazer as escolhas certas, percebeu o engano e continuou fiel a Lula."

15 dezembro 2006

Parabéns Alemanha, Austrália, Itália



Mozilla Firefox amplia seu market share



The most popular browsers on the web are:

July 2006
1. Microsoft IE 83.05%
2. Mozilla Firefox 12.93%
3. Apple Safari 1.84%
4. Opera 1.00%
5. Netscape 0.16%


The most popular browsers in the USA are:

July 2006
1. Microsoft IE 79.78%
2. Mozilla Firefox 15.82%
3. Apple Safari 3.28%
4. Opera 0.81%
5. Netscape 0.20%


The most popular browsers in Canada are:

July 2006
1. Microsoft IE 80.98%
2. Mozilla Firefox 14.58%
3. Apple Safari 2.82%
4. Opera 1.30%
5. Netscape 0.14%


The most popular browsers in the UK are:

July 2006
1. Microsoft IE 86.23%
2. Mozilla Firefox 11.65%
3. Apple Safari 1.30%
4. Opera 0.53%
5. Netscape 0.15%


The most popular browsers in Australia are:

July 2006
1. Microsoft IE 69.35%
2. Mozilla Firefox 24.23%
3. Apple Safari 1.31%
4. Opera 4.69%
5. Netscape 0.26%


The most popular browsers in Germany are:

July 2006
1. Microsoft IE 55.99%
2. Mozilla Firefox 39.02%
3. Opera 2.78%
4. Apple Safari 1.73%
5. Netscape 0.30%


The most popular browsers in France are:

July 2006
1. Microsoft IE 85.52%
2. Mozilla Firefox 11.86%
3. Apple Safari 1.74%
4. Opera 0.52%
5. Netscape 0.16%


The most popular browsers in Italy are:

July 2006
1. Microsoft IE 75.67%
2. Mozilla Firefox 20.41%
3. Opera 1.96%
4. Apple Safari 1.74%
5. Netscape 0.43%

América Latina? Ou LatRina?


Interessante a análise que o Marcão postou, apesar de conter algumas omissões que escondem alguns aspectos muito importantes. Vamos lá:

ARGENTINA: Típico vôo de galinha. Inflação alta, com gasto público aumentado graças à renegociação (leia-se calote). Ou seja, estão na mesma armadilha que a gente. O PIB real deles ainda não alcançou aquele de antes do crash, ou seja, não fazem mais que a obrigação. E estão na mesma receita que os levou ao crash.

CUBA: A injeção de petrodólares do vizinho ajuda bastante. De mérito, só o lance da exportação de serviços. Quanto ao embargo, oras bolas, estão livres do imperialismo ianque e seu comércio capitalista e suas pútridas multinacionais. Não é isso que eles queriam? Não é isso que a HH quer?

VENEZUELA: crescer 9% quando o preço do petróleo foi multiplicado por 4 não é mais do que obrigação. A triste verdade é que a grana do petróleo não está sendo gasta para industrializar o país, para gerar mais valor agregado, e sim para o contrário. Mais triste ainda, estão cada vez mais preparardos para comer merda assim que o preço do petróleo cair. Não precisava ser assim.

BRASIL: a mesma receita da Argentina, só que numa fase diferente. Gasto público descontrolado, subindo 6% ao ano enquanto o PIB sobe 2,5%. Ou seja, só vai piorar a cada ano. Enquanto isso, num momento em que o controle de gastos deveria ser o principal debate da nação, os animais dos deputados multiplicam seus salários por dois. Que beleza, esse segundo mandato do apedeuta vai ser de lascar. O último a sair apague a luz, porque isso aqui só vai piorar.