31 julho 2005

HG Wells, colonialismo, ETs e a Guerra dos Mundos

O autor do romance "Guerra dos Mundos" escreveu o livro em 1898 como um protesto contra o colonialismo. Ao ver o filme do Spielberg, o espectador pensa "porquê?", qual a razão dos etzinhos chegarem matando todo mundo? Porque eles não chegam e conversam com a gente, porquê não fazem contato e se tornam nossos amiguinhos? Então, na sala escura do cinema, você se lembra que 80% dos astecas foram mortos com a chegada dos espanhóis. Puta merda. Genial.

Mesmo sendo filho de uma família humilde, Wells conseguiu estudar, tornar-se professor e membro da elite intelectual. Mesmo assim, era um peixe fora d'água, contestando os pensadores esquerdistas que nunca tinham passado necessidade. Era um sujeito "been there, done that", que falava de pobreza e miséria com conhecimento de causa. Um esquerdista sincero, verdadeiro, que merece todo respeito.

No próximo post, o profeta tentará não estar completamente alcoolizado - se bem que é divertidíssmo escrever neste estado, na sala escura com um Pink Floyd fase "Piper" rolando irado, o problema é que cada fr;ase tem que ser corrigdida umas quafro vezes.

04 julho 2005

Filme: "Guerra dos Mundos"

O filme é baseado num livro de 1898 (não é erro de digitação, a história é mesmo do século XIX). As primeiras frases narradas na versão atual são lidas diretamente do livro de H. G. Wells, aliás na voz de Morgan Freeman. Só isso já faria do filme um clássico, mas na época da Segunda Guerra houve um pânico generalizado causado pela transmissão de rádio de Orson Welles, baseada no mesmo livro. Ou seja, o filme é o clássico do clássico. Mas, para ficar mais clássico ainda, Steven Spielberg resolveu se mostrar em grande forma, com suspense ao extremo, efeitos devastadores e roteiro alucinado. Com certeza, estamos falando do Spielberg em sua versão carnavalesca, puramente destinada a produzir blockbusters.

Há muitas homenagens de Spielberg a ele mesmo. O ETzinho que gira uma roda de bicicleta à la ET, as luzes e sons à la Contatos Imediatos, a carnificina lembrando Ryan (se bem que bem mais clean). Outra coisa interessante é que é tudo contado pela visão de Ray (Tom Cruise), sem aquela abordagem onisciente de outros filmes-catástrofe, como ID4 e Deep Impact.

Esse filme deve ser visto no cinema, se possível duas vezes. De preferência num cinema com som bom. Quem for, entenderá porquê. Quem vir "Guerra dos Mundos" em casa vai perder muito, muito mesmo.

Algumas resenhas legais sobre o filme:

Empire

BBC

Guardian

Guardian 2

New York Times

Hollywood Bitchslap

Dados técnicos: IMDb